terça-feira, 23 de março de 2010

Palavras sem pressa (poesia)



Escrever é desenhar nossos sentimentos da forma mais sutil e igual às letras das mulheres. É a delicadeza de parar, olhar cada sentimento, como aquilo que nos absorve inundando o nosso ser.

Escrever é parar. Olhar. Apreciar. Não as palavras de fora. As palavras de dentro. É sentir a respiração, por um instante e ouvir os silêncios das palavras que gritam, se contorcem e nos pedem para nascerem.

A gravidez das palavras “faz parir” os mundos mais belos que nossos sonhos permitem. O moço calejado, se recua. Não por que tenha medo das palavras, tenha medo do poder que elas possuem. De dar um brilho especial à vida, como as estrelas que brilham numa noite escura.

Querer bem vem derrepente, só que nesse derrepente pode trazer um desassossego. Com o tempo a gente, aprende a não ser tão corajoso.. a não ser tão inocente, .. a não ser tão ligeiro.

Como contrassenso do progresso o amor não é como o trem bala, entretanto, como um carro-de-boi, a possível semelhança é que vai sempre em frente. Devagar e em frente.

Acho que os anos nos ensinam isso. Menos rapidez. E vou indo com meu carro-de-boi, mas sempre em frente! Quem sabe, não tão feliz, não tão triste, mas seguindo muito bem!


Zenilton Fernandes
23/03/2010