segunda-feira, 10 de maio de 2010

O despertar de uma médium





Antônia era uma jovem que teve uma vida voltada para os prazeres e diversões, desde festas, reunir com os amigos para beber e quantas vezes teve conflitos com a família, segundo seu marido “até pra bater um prego na casa brigavam”.

A jovem apesar de uma saúde boa começou a ter tonturas, batimentos cardíacos fortes que parecia ter problema de pressão, só que ao medir sempre estava boa. Tinha alterações constates no humor, às vezes, chegava em casa feliz outras nervosa, às vezes eufórica em outras desanimada sem ter motivo nenhum.

Os familiares já tinham alertado do seu problema com o alcoolismo e buscava evitar o consumo de álcool, mas de volta e meia cedia ao desejo de beber e sua personalidade transformava de uma mulher calma para violenta, de branda para uma hiperatividade capaz de cometer loucuras, até mesmo acidentes. Conta que uma vez saiu de sua cidade até uma outra e ao retornar contou que não se lembrava de nada do que tinha feito em todo o percurso.

Os familiares todos preocupados não entendiam o comportamento da moça, um boa moça, mas, às vezes com um comportamento que não reconheciam.

Uma pessoa da sua família foi em um Centro Espírita bem distante da sua cidade, uma vez que morava em outra. Em um momento a entidade do Centro disse: “Comunique aoAntônia que procure o Centro Espírita por que ela é médium e precisa de ajuda”.

Assim fez. Antônia começou a participar do Centro Espírita e mais uma vez, outra entidade disse que ela precisava de um tratamento de fluidoterapia, pois devia equilibrar as suas forças energéticas. Com pouco tempo na casa espírita começou a sentir os efeitos da mediunidade psicofônica e começou a dar comunicações. Na atualidade está no processo de educação da mediunidade e fazendo os estudos da Doutrina Espírita.

Uma moça que não era religiosa, mas que tinha fé em Deus, passou por uma mudança notável em sua vida. Hoje leva a Doutrina Espírita com muita seriedade e interesse nos estudos. Todos de sua família estão felizes com ela, seu marido afirma que seu comportamento melhorou 100%.

Antônia diz, que hoje está muito bem, que se encontrou na Doutrina Espírita e tem um forte desejo em servir a Deus se colocando à disposição dos espíritos e fazer o bem ao próximo.

Sua mediunidade vai bem, sua firmeza e controle, interesse dos estudos demonstra que a mesmo será uma ótimo médium. Percebemos assim que a mediunidade é relevante quando a pessoa é capaz de fazer sua reforma intima, entender os seus problemas, certamente, causados por espíritos obsessores e se colocar a disposição do seu desenvolvimento moral, humano e espiritual.

Ps: O nome da médium foi alterado.

Zenilton, Igaporã 10 de maio de 2010

domingo, 9 de maio de 2010

MINHA MÃE














Minha mãe,


Lembro do meu apego a ti, ainda pequeno residi na roça com meus pais, espaço seguro. Criança, deitava na terra, brincava de bola, carrinhos, mexia com galinhas, via os porcos, o gado, cachorros, gatos; não tinha tantas crianças e, aprendi a divertir sozinho.


Ainda pequeno desejando, minha mãe, que eu pudesse ter acesso à cultura para ter uma vida melhor, menos sofrida. Fazia parte do seu conhecimento dar aos filhos uma educação, a partir daí começaria minha vida urbana, minha história com os livros, com a escrita e com as letras.

Minha vida tomava um novo rumo. Minha mãe desejou que seu filho frequentasse a escola. Em seu coração pensava, não quero que meu filho vá puxar enxada, ordenhar vacas, roçar mangas de pasto, evitar que o sol queimasse meu rosto e evitar que o suor salgado-sagrado ardesse meus olhos.

Minha mãe é semi-alfabetizada, sabe ler um pouco e escreve pouco, mas em seu interior acreditou na educação que era capaz de dar uma vida melhor a seu filho. Sua decisão pueril modificaria o resto da minha vida.

Lembro da primeira vez que separei da minha mãe, num dia de sábado que eu não pude retornar à roça, ficaria morando com minha irmã, meus irmãos. Eu não queria deixar minha mãe, era tudo para mim, era apegado à barra da saia de minha mãe.

Naquele tarde de sábado eu chorei muito, minha mãe como a águia que joga seu filho do alto do penhasco, inesperadamente e, vai ter que aprender a voar, a viver.

Minha mãe é da terra, meu pai é da terra, semente que brota da terra vira feijão, milho, maniva que se transforma em mandioca, agricultura de subsistência, enxada, foice, requeijão, comida, varrer, cozinhar, terra, sol, foice, água na lata que conduzia na cabeça, fogão à lenha, fogo, calor, suor. Meu pai e minha mãe, terra, terra, roça, sertanejo é um forte.

Sou cidadão educado como filho da pólis, mas a minha raiz está na vida do meu pai e da minha mãe, inseparável, a minha cultura precede aos meus pais – a terra alimentou meus pais – sustentou minha família.

Agradeço a terra-vida, alimento, sustento, sobrevivência! Reconheço os animais, o gado, os porcos, as galinhas que foram o sustento da nossa vida. Terra, animais – o trabalho – o sustento da nossa família. A nossa vida veio do campo, o trabalho o meio que garantiu à vida.
Mãe, roça, terra-vida!

Ainda é pouco meu reconhecimento minha mãe. Você é muito especial para mim! Sou da pólis, mas jamais esquecerei que minha raiz está no campo, que meus pais viveram a vida toda no campo, que trabalhou com à terra e os animais. Reconhecer a terra, a roça como parte da vida da minha família é honrar a minha cultura. ignorante o homem/mulher que não valoriza suas raízes. Reconhecer sua cultura e ter orgulho da mesma é apropriar da sua identidade cultural e não se envergonhar do que é, por que todos os lugares são especiais quando se a amor.



quarta-feira, 5 de maio de 2010

# O sonho e a realidade

Às vezes criamos grandes sonhos sobre uma pessoa. Quem sabe por conta de um olhar, de um encontro e de uma decisão em nossas vidas alguém passa a representar o ser mais importante em nossas vidas. Àquela que você pensará em todo o tempo do seu dia, quem sabe até 24 horas, enquanto você estuda, quando você estar na escola, ou mesmo tentando se divertir mas, a imagem daquela pessoa continua a lhe acompanhar, fazendo da sua vida duas: o que você faz e o pensamento, o sentimento dedicado aquele ser, quem sabe por uma razão desconhecida e, diferente de todas as pessoas, se torna a mais especial da sua vida.

Diante da vida que nos propomos emergem os sonhos e os desejos, até que começamos a nos esforçar, a dar o melhor de nós para que aquele “eu” ideal se concretize e em nosso intimo passamos a desejar com toda a força do nossa alma que se torne real.

Mesmo que toda a realidade se contrapõe, os fatos, as pessoas, ou a vida material com todas as condições adversas. Insistimos o mais que podemos, o melhor dos nossos desejos, arregimentamos forças até além da nossa capacidade normal, aguardamos o tempo, só que não acontece de acordo as nossas expectativas.

Os sonhos brotam de um solo ideal, o qual está sempre assentado no solo da realidade. E dois sonhos, dois desejos entram em conflito dentro do nosso coração. Duas forças antagônicas dentro de nós, não que deveriam ser, mas as realidades não se juntam. Entra a força do desejo do indivíduo e a força da realidade que se dissipam e sempre mais.

Entram em cena duas coisas: o nosso sonho que acariciamos com toda a força da nossa alma e depositamos nossa luta, toda intensidade da nossa Virtú, da nossa força; por outra lado a vida sempre apresenta uma outra realidade. Sentimos um grande conflito, duas forças contrárias com harmonias distantes.

O sonho é o mais importante, a realidade se torna nosso inimigo e desejamos dobrá-la ante a força que aplicamos nesta luta titânica entre nosso sonho, à vida e o anelo dos nossos desejos.

E por mais que queiramos a vida dará todas as provas e todas as condições opostas ao nosso desejo. Que força é essa que se opõe aos nosso desejo, sonhos ante à realidade irrefreável?

Quem sabe pelo resto da nossa vida esse sonho, esse desejo será à nossa realidade, o que de mais importante aconteceu na nossa vida, o projeto prioridade e que tudo o mais ser secundário. Neste oceano da vida nas rodas do tempo passaremos, buscando refúgios, desculpas, que nos dêem força para viver sem o nosso sonho, sem nosso desejo. Tentamos nos distrair com outras coisas, pessoas, realidade, profissão etc. Começamos a encher a nossa vida de muitas coisas, mas, nenhuma delas será suficiente para se tornar tão especial quando nosso sonho.

Tentaremos ser felizes, quem sabe não tão feliz como gostaríamos, tentamos nos enganar com promessas, com agendas, com autoajudas e novos planos. Poderemos até ser razoavelmente realizado, mas em algum canto de nós continuaremos a acreditar, sempre, que nunca como aquele sonho que ficou para trás da nossa estrada, a realidade passou por cima, porém, sobrevive dentro de nosso coração como uma imagem no retrovisor de um carro que se torna cada vez mais distante e se perderá em algum lugar, mas, sabemos, se perderá em algum lugar, dentro do nosso coração. Perdido sim, nunca esquecido; arrancado sim, nunca morto.

Zenilton,
Igaporã - BA 05/05/2010

terça-feira, 4 de maio de 2010

COTIDIANO


Sua fineza e a serenidade,
luar prateado,
própria de uma dama,
estrela dourada,
a calma e o prazer
a saudade, voz de sono
fez do cotidiano tudo igual
antes e sempre,
inaudito, diferente.

cotidiano
tudo igual
diferente
e pra sempre
lindo
repetido
melhor.
Sonho
cotidiano
extraordinário
acorde
cotidiano
sonho
pra sempre.

As paisagens poderão sempre
serem iguais (cotidiano),
mas as histórias
nunca serão as mesmas.
Os sonhos sempre
poderão ser os mesmos
(cotidiano) mas sempre
intensos e necessários.
Pois, o amor
é uma tinta mágica
que rabisca pra sempre,
uma beleza que fica
faísca
igual o céu estrelado.
sonho
desejo
acalanto
cotidiano
amor
cotidiano.
beleza
encanto
cotidiano
cotidiano
cotidiano
amor
amor
amor
cotidiano
tudo igual
tudo diferente
mágico
intenso
sonho
desejo
acalanto
Você...

vem, ande,
corra...
sempre
COTIDIANO!

Zenilton. 03/05/2010 - Igaporã-BA

domingo, 2 de maio de 2010

-- Homenagem de um Espírita aos ateus!



“As convicções nos aprisionam”, disse Nietzsche.

Fecho os olhos, franzo minha face,
Apertando mais os olhos para ver além
Com minha mente.

O homem que busca a verdade
Não deve se apegar a dogmas
E nem construir dogmas individuais.
É preferível amar a verdade
Ao invés da doce ilusão de uma falsidade.

Como Deus pode condenar um ateu?
Quando seu único pecado é desejar a verdade.
E Deus não é a verdade, como diz: os crentes?
Deus não tem medo dos ateus,
Por isso não precisa condená-los.
Se Deus existe será encontrado pela verdade,
Se não existe o ateu não irá para o inferno.
O ateu e Deus são coerentes.

Eu acredito em Deus.
Admiro os ateus,
Por desafiarem as falsas verdades..
Pelo desaforo aos sentimentos da ignorância.
Por desafiar as crenças..
Desafiar os demônios,
Por desafiar o inferno
Por desafiar a moral.

Deus ama os ateus
Por que eles são incansáveis
Buscadores da verdade.
Não são prisioneiros do medo
E não são prisioneiros do senso comum.

Desafiam as estruturas culturais
Questionam os valores,
Enfrentam a moral universal.
Vão além, onde todos gostariam de ir.
Não tenham medo da verdade,
Não tenham medo de ser um pesquisador..
Não tenham medo de assumir suas dúvidas,
Mas, sejam sábios para se pôr em busca
Através dos estudos e da pesquisa.

Por que não por Deus em xeque!?
A verdadeira atitude da ciência
Não é a do preguiçoso que cruza os braços,
Mas, a atitude da busca é aquela
Que se coloca a caminho, em busca
E disposta a pesquisar.

Allan Kardec Kardec nos esclarece:
“A verdadeira fé é aquela que confronta
a razão face a face
em todos as épocas da humanidade”.

Zenilton, Igaporã - BA. 02/05/2010.